“Paulo, apóstolo
de Cristo Jesus pela vontade de Deus, aos santos e fiéis em Cristo Jesus que
estão em Éfeso:” (Efésios 1.1)
Desde muito jovem
me inquietei com a questão da “vontade de Deus para minha vida”. Aprendi com muitos
cristãos que Deus tinha uma vontade para cada área de minha vida: minha
profissão, meu casamento, o que iria comprar, se iria viajar… mas me ensinaram
de um jeito que eu quase adoeci para a vida, tornando-me incapaz de tomar
decisões, de fazer coisas pelo exercício de minha vontade. Experimentei grande
dificuldade em ser uma pessoa com autonomia, como creio que Deus me criou para
ser. Não fosse a misericórdia de Deus e o encontro com cristãos mais saudáveis,
teria me complicado.
Tenho descoberto
que a vida de fé em Deus é a experiência mais libertadora que existe e mais
afirmadora de minha identidade. É uma pena que alguns (ou muitos) cristãos
compliquem mais que ajudem na experiência com a vontade de Deus. É uma pena que
nossa religiosidade tantas vezes fale de um deus que criamos, e não do Deus que
nos criou. Tenho aprendido que Deus não quer tomar decisões por mim e nem por
você, e nem pretende dizer o que faremos em cada área de nossa vida. O que Ele
quer é nos envolver com Sua presença e amor, capacitando-nos para decidir e
fazer escolhas certas, da maneira certa e pela razão certa. Ele é honrado por
nossa autonomia exercida em harmonia com Sua soberania. Não se trata de
“fazer”, mas de “viver” a vontade de Deus.
Viver a vontade de
Deus tem a ver com o que fazemos, mas esta é a parte mais superficial da
questão. As contingências dessa vida podem impedir muitos de encontrarem-se com
o que deveriam fazer com seus talentos e dons. O pecado complicou demais a
nossa vida! Mas a vontade de Deus diz respeito também a “como fazemos” o que
fazemos e “porque fazemos” o que fazemos, de modo que todos podem viver a
vontade de Deus. E há uma marca na vida dos que vivem a vontade de Deus: amor.
Amor a Deus sobre tudo e ao outro como a si mesmo. Só os que vivem a vontade de
Deus podem fazer a vontade de Deus.
Texto : http://www.ibpc.org.br
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